Abuso de álcool na adolescência
Maria Amélia entrou em desespero quando recebeu um telefonema informando que a filha de 16 anos estava passando "muito mal" em uma festa, regada a bebida alcoólica.
A menina nunca havia bebido nem tinha recebido incentivo em casa para beber. Quando a mãe chegou ao local, ela estava desmaiada. Foi carregada para o hospital aonde permaneceu por horas até se reabilitar e poder voltar para casa. Apesar do drama vivido, podemos considerar que esse caso teve um final feliz, pois o álcool pode levar a morte uma vez que induz o jovem a atitudes que podem colocar sua vida agudamente em risco.
Casos como o dessa jovem estão colocando médicos em alerta. Levantamento feito no HU (Hospital Universitário) da USP indica que entre 2002 e 2012, dos 1.370 atendimentos em decorrência de intoxicação aguda por ingestão de álcool, mais de 1/3 dos casos (35%) foi de jovens entre 13 e 22 anos. O estudo revela ainda que o pico da procura de auxílio médico por causa de bebedeira se dá entre os 19 e 20 anos e que, após os 25 anos, os índices começam a cair.
O contato com bebidas alcoólicas tem sido cada vez mais precoce. Há pesquisas indicando que a cada cinco anos aumenta-se a dosagem que eles ingerem e diminui a idade do uso.
Atualmente, a lei proíbe a comercialização de bebida alcoólica para menores de 18 anos e obriga que haja alerta dos riscos de beber e dirigir.
Há restrição à veiculação de propaganda de bebidas na TV. Publicidade de cachaça e uísque (mais de 13 graus GL, unidade que mede volume de álcool) não pode ser veiculada das 6h às 21h. Médicos e entidades civis, encabeçados pelo Ministério Público, querem restrição também para a cerveja.
É necessário que todos se envolvam nessa luta, até que novas regras e posturas consigam reverter esse quadro desastroso.
Evite beber em casa, pois as crianças aprendem mais com o que veem do que com o que ouvem, e jamais ofereça ou os incentive a experimentar bebidas alcoólicas.
Fonte: Notícias Sociedade Brasileira de Pediatria